Não sobrou espaço para a democracia em nossas eleições. Pode parecer ingênuo e pueril, mas não acreditava mais que reviveríamos baixarias como a de 1989 que elegeu Collor. O PSDB deflagrou o vale-tudo eleitoral e a baixaria eleitoral que, segundo Ciro Gomes, é marca registrada e patenteada de José Serra em campanha. Só que atrás dessa onda, que presta um enorme desfavor aos intelectos frágeis de nosso povo, está o pelotão de frente da mídia mafiosa nacional. Os Cavaleiros do Apocalipse de VEJA – FOLHA – GLOBO, sempre de olho em seus interesses econômicos, passam feito um trator em cima do debate democrático.
Acho que os jornalistas de VEJA, por exemplo, precisam de umas aulas de português e interpretação de textos para entenderem que as duas frases que Dilma falou sobre o aborto querem dizer exatamente a mesma coisa: Ela é contra o aborto, mas também é contra a criminalização das mulheres que o cometeram. Faremos o que? Evitaremos com políticas educacionais que a gravidez indesejada ocorra ou construiremos uns 2000 presídios femininos para prender essas mulheres desesperadas? Vamos mandar para a cadeia mulheres que recorreram ao aborto por desespero, medo dos pais, da família, ou por não terem condições de criar um filho? Trataremos com a jaula um problema que tem que ser tratado com a mudança de mentalidade, na vivência de uma sexualidade saudável e responsável? Faremos isso com nossas mulheres? Se fizermos isso perderemos muitas mães, tias avós, atrizes, cantoras e também milhares de desconhecidas que por medo ou desespero optaram por essa prática que acima de tudo é uma violência física e psicológica contra a própria mulher.
Que diabos isso tem a ver com eleição? O que se vê é um mar de boataria, inverdades, manipulação da opinião pública que ainda não percebeu que vamos eleger um presidente e não uma Rainha de Sabá ou um Aiatolá. Será que ninguém entendeu ainda que quem decide e decidirá sobre esta questão serão 1 – O CONGRESSO NACIONAL 2- O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ??? Ao presidente cabe sancionar o que for decidido mesmo sendo ele contra ou a favor. É muito oportunismo eleitoral e muita gente mal informada, inclusive, sobre como são feitas as leis em nosso país.
Temos direito ao pacote completo nessas eleições: aborto, extrema direita higiênica e anti-povo, Tradição Família e Propriedade, Extrema Direita Católica, Padres Irresponsáveis e Pastores Evangélicos, tudo isso no seio do preconceito, da visão anti-científica, anti-humanista, classista e absolutamente ANTI-CRISTÃ. É o mais pernicioso oportunismo político que poderia se pensar em construir. É de sair correndo mesmo.
O PSDB não ganha eleição nem para síndico de prédio se for para ser no mérito ou no debate franco, e eles sabem disso, por isso eles tentam ganhar a qualquer preço, no anti-debate, na boataria, na mentira, na baixaria, no lodo. Fogem da discussão de Brasil porque sabem que perdem feio. O problema é que padres católicos e pastores medievais descobriram o filão e apóiam a palhaçada. Se Serra vencer ele não terá nenhuma legitimidade para ser presidente. O que terá ganhado, o grande vencedor das eleições não será seu suposto projeto de Brasil, mas o MEDO. O MEDO será presidente. O mais absoluto e falso MEDO. O “Medo Regina Duarte” que temia que o Lula fosse quebrar o Brasil e mudar as cores da Bandeira Nacional. Tudo no PSDB é farsa, factóide, preconceito, anti-povo e manipulação pelo MEDO.
Temos a eleição mais obscura e mais suja de nossa história. Tudo foi invertido. Defender-se no Brasil do Aiatolá Serra virou agressão. Calúnia, difamação e mentira viraram virtudes. Saímos do debate democrático para o teocrático. É a perfeita assinatura da certidão de nascimento de Deus.
De fato Deus é brasileiro. Possui inclusive título de eleitor e documento com foto. Pode e vai votar. É a favor da gravidez de mulheres estupradas e contra a união de pessoas que se amam. Deus vota esse ano. O Deus inquisidor, o vingativo o que tem nojo de gente pobre e odeia distribuição de renda e ascensão social. O Deus do PSDB e de suas forças anti-povo. O Deus do retrocesso social e do pensamento medieval. Não o meu Deus, mas o de Serra o da TFP, da Opus Dei e dos extremistas religiosos. Não se trata mais de ganhar uma eleição. Trata-se de destruir a Teocracia nascente e a visão de um país de medo e ódio que o PSDB, como última arma, tenta inventar. Não somos um país de ódio. Não somos um povo intolerante. Somos admirados no mundo inteiro pela nossa alegria e boa convivência. Isso não pode ir por água abaixo por causa de uma eleição para presidente. Não podemos deixar que o PSBD esmague nossas mais belas virtudes por serem incapazes de ganhar na luta limpa e na arena do debate democrático. Isso não pode ser roubado de nós para ser transformado em capital eleitoral. Não à Teocracia e ao Estado Religião, onde só perdura ódio e preconceito. Esse se tornou o grande NÃO dessas eleições.
NÃO SOMOS O PAÍS DO ÓDIO E DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA SOMOS UM ESTADO LAICO E ISSO NÃO PODE SER TIRADO DE NÓS.
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