quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A DIREITONA, A RELIGIÃO, A DESINFORMAÇÃO DAS ELITES E O SONO DA RAZÃO.

Fico às vezes atônito vendo as pessoas se mobilizarem sem que sequer saibam o que está por detrás do jogo político. Movimentam-se, calam-se, ou se insurgem como eu e vários outros e, na maioria das vezes, não acertam o alvo. Nem o tangenciam. Já escrevi um texto falando sobre nosso histórico de Golpes de Estado, nossa vida política é uma sucessão deles. Entretanto, percebo que de repente ficou absolutamente anacrônico e obsoleto falar em Golpe de Estado. A moda iniciada em 1989 e que volta com força total agora é o Golpe de Mídia.
Sim estamos bem no meio do olho do furacão de mais um golpe de mídia. Uma coisa que não sai da minha cabeça e também da de Marilena Chauí é: como pode um governo ter 80% de aprovação e ser considerado o pior governo da história por VEJA – FOLHA – ESTADAO e GLOBO ? Que descompasso é esse entre a realidade que mostra a ascensão de classes, o aumento da classe média, o aumento do salário mínimo, a triplicação de empregos e a avaliação dos grandes canais de mídia que ignoram a realidade e reduz tudo ao pó. Leio muito a imprensa estrangeira, notadamente a francesa e a americana e elas têm uma avaliação diametralmente oposta à da mídia nacional, ou seja, reflete a opinião pública real, a realidade. Sim brasileiros. Querem se informar? Aprendam uns dois ou três idiomas e partam para os sites e canais de mídia internacionais. A seguir os daqui é melhor providenciar um copinho de cicuta.
Por quê? Porque diabos os Clãs de Nossa Mídia Golpista insistem nisso? Simples. Para derrubar o governo. Por quê? Bom, não é tão simples, mas também não é nada que dois neurônios de classe média não consigam entender. Vamos então tentar clarear um pouquinho essa névoa na qual só impera a desinformação.
Nenhum país sério e que se diz verdadeiramente democrático, possui uma mídia “formadora” de opinião que é reunida em três famílias como ocorre aqui no Brasil. O que está por trás de tanto alarde e de tanto desespero de Globo, Folha e Veja é que implemente-se aqui mecanismos de controle de imprensa como nos moldes de democracias maduras como as da França que nem por isso se tornou uma ditadura sanguinária e terrível, muito pelo contrário. Tão logo se falar em controle responsável de imprensa a Globo gritará: Ditadura !!! E um monte de carneirinhos irá correndo atrás e podem até re-editar os cara-pintadas. O tragicômico rebanho do plin-plin. O atual Ministro das Comunicações, Franklin Martins, esteve dando uma andada pela Europa para conhecer melhor como as coisas são feitas por lá. E por lá não tem essa palhaçada que vemos aqui. Por lá as pessoas não são massa de manobra. Por lá não se permite que 3 (três) famílias controlem a opinião publica e elejam quem elas queiram. Será que deu para fazer a ponte do porque que a Imprensa Golpista apóia o Serra ou vai ter que dar uma desenferrujada? É. Tempos difíceis para o exercício da razão.
Nossa mídia desinforma absolutamente e levianamente as pessoas. Fico assustado de ver, ao meu redor, várias pessoas estudadas se entregarem às menores e mais simplórias estratégias de manipulação. Nossa mídia não informa, por exemplo, que em 1964 tínhamos um Estado Terrorista, tínhamos tortura, tínhamos mulheres que tinham os mamilos arrancados, homens violados com bastões, mulheres estupradas na frente de seus maridos, mulheres que expulsavam fetos durante sessões de tortura e mais um milhão de coisinhas bem singelas. Tudo isso, claro, sob as bençãos da Santa Madre Igreja e da Boa Sociedade, a mesma Direitona que agora quer tentar voltar ao poder. Sinceramente, quando vejo pessoas chamarem aquelas que lutaram contra a ditadura de terroristas para que eu pudesse chegar aqui e escrever essas verdades, penso: Perdoe-os Pai, eles não sabem o que fazem!
Quando digo que o que falta não é educação, é informação, é porque vejo diariamente pessoas que se dizem estudadas darem um show, um espetáculo de desconhecimento histórico e uma falta de memória de conferir lucidez à um idoso com Alzheimer. Eu tinha 9 anos e me lembro muito bem da Globo mostrando Collor, o saudável, contra Lula, o barbudo, o sujo mecânico do ABC. O primeiro, filho queridinho das elites deixou o governo pela metade com direito a processos e assassinatos. O segundo, bem, no mínimo deixará um legado de fazer um certo sociólogo se consumir de inveja e despeito.
Ironicamente o voto que vai nos salvar é o do povo, o pragmático, o que pensa assim: se minha vida tá melhor, então tá bom. A elite brasileira é absolutamente patética, não deve ser à toa que Miguel Falabella não cansa de ridicularizá-la e essa, ainda mais ridícula, ri de si própria sem se dar conta. É praticamente uma peça de Molière. Não tem o dinheiro que queria ter, logo é infeliz, odeia o pobre, mas não é rica. O mais engraçado: assina Veja, assiste Globo, lê Folha e acha que se informa. De repente descubro que a grande massa de manobra, a grande manada imbecilizada da população é a elite, o pobre só é pragmático.
Bom, sendo assim de forma alguma essa imbecilidade, essa disposição às manobras dos clãs golpistas pode ser explicada pela falta de instrução formal, mas sim, pela desinformação absoluta. Pela desinformação que deglutem todos os dias por preferirem comprar um iPhone ou um Chanel ao invés de montar uma biblioteca decente e ir ter com os grandes pensadores. A elite não lê Rousseau, Voltaire e Diderot, por exemplo, para saber o que é a luta pelos direitos do ser humano, pela subsistência e o grande NÃO que, já no século XVIII, foi dito ao Estado-Igreja. Não é de se estranhar que ela engula e apóie de bom grado essa palhaçada de Estado-Religião que tentam re-editar aqui no Brasil. Isso mais de 200 anos depois de os ilustres acima terem, com o poder da palavra, ajudado a reduzi-lo ao pó na Europa da pré Revolução Francesa.
Essa elite é cega, por exemplo, por não perceber que ela só não quebrou na última crise porque seu objeto de nojo e parâmetro para se sentir superior, os pobres, alavancaram o consumo que nos salvou da bancarrota. Essa elite higiênica odeia, não aceita e junto com Globo-Veja-Folha esperneia e lamenta que tudo tenha dado certo. Não aceita jamais e se possível quererá apagar dos livros de história esse péssimo exemplo a ser seguido.
Nossa elite é absolutamente analfabeta quando se trata de discutir afundo qualquer coisa que não tenha sido dita e pré-digerida pelos paladinos da imprensa golpista. Nunca leram Brasil Nunca Mais, nunca passaram perto de Gilberto Freire ou Darcy Ribeiro. Para mostrar erudição, entra na primeira livraria e compra o primeiro livro do tipo: como ficar rico em cinco minutos, ou: 10 coisas que você precisa fazer para ficar milionário ou ainda: uma brilhante narrativa sobre o cotidiano Afegão, O Caçador de Pipas. Sem esquecer os de auto-ajuda de onde se insurgem em orgulhosos leitores seguidores da lista dos Best-Sellers do New York Times.
O cérebro da nossa elite é atrofiado, a maioria nem adianta conversar, virou religião, a santíssima trindade Deus Pai – GLOBO, Deus Filho – VEJA e Deus Espírito Santo – FOLHA, eis o grande dogma que os imbeciliza.
Conversando com amigos, professores e pessoas que dedicaram suas vidas a ler mais os grandes escritores e as grandes fontes do que excrementos de informação, todos foram unânimes: o problema está longe da educação formal, antes fosse, seria muito mais simples, o problema é sim a mais absoluta ausência de informação e cultura. Tenho a impressão que essa gente leria Notícias do Planalto e sequer estabeleceria um paralelo com que vivemos hoje, um gritante Golpe de Mídia. Reproduzem frases feitas, opinam sobre um tudo sem nunca ter lido nada além do que provém desse mal nacional que é a nossa imprensa mafiosa e dissimulada. De nada adianta estudar, a maioria tem curso superior, e vai continuar por aí sem entender a diferença entre Estado Social e Socialismo ou Liberalismo Econômico e Estado Social. Nem sabem que é isso que estamos decidindo nessas eleições.
Não conseguem perceber, por exemplo, que todo pânico que a tríade da desinformação durante anos veiculou sobre Lula e o PT era infundado. Não perceberam, ainda, que não viramos um país comunista e que sim, deu certo.
Temos três tipos de leitorado, um pobre que é pragmático e que vota no Estado Social, para mim é o voto-Darwin, da Seleção Natural mesmo, votam no que lhes garante subsistência e pronto, é um voto absolutamente consciente, pois se ele come, bebe, estuda e trabalha ele vai tender a não mudar as coisas e a aprovar os rumos da política (engraçado mesmo é ver a elite chamá-los de alienados). Um segundo eleitorado é culto, não necessariamente estudado formalmente, e vota no Estado Social porque sabe que é o único caminho Constitucional e capaz de assegurar o desenvolvimento a longo prazo, aqui estão os que tem sensibilidade e compromisso com o social e com uma Nação Justa e Solidária. O terceiro eleitorado é o mais curioso, é o da patética elite golpista que se julga a mais bem informada. É de longe a mais mal informada, são infectados pela tríade de pestes de VEJA-FOLHA-GLOBO e vão morrer jurando clarividência e discernimento.  Sua cegueira é tanta que são incapazes de refletir o porquê de Chico Buarque, Marilena Chauí e Oscar Niemayer apoiarem o Estado Social de Dilma e Lula e jamais terem se juntado à corja golpista e entreguista do PSDB. Provavelmente devem pensar que se trata de três pobres almas petistas e imbecis.
É exigir demais dessas pessoas que entendam que todos os países do mundo verdadeiramente democráticos tiveram que elevar a posição social das pessoas através de um Estado Forte, antes de partirem para o Estado Mínimo Liberal. Elas sequer aprendem com a crise que acabamos de passar !!! Estive na França recentemente e os Frances se horrorizavam diante do fato de que alguns hospitais estaduais estivessem funcionando com parte do atendimento privado. O Barack Obama, por exemplo, trava uma luta ferrenha para conseguir criar uma rede de saúde pública nos Estados Unidos, ou seja o modelo Liberal e Neoliberal do Estado Mínimo e fraco não tem dado certo e muitos países estão tentando encontrar um equilíbrio que é exatamente o que está sendo feito no Brasil hoje. Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. Não enxergam que estamos no rumo certo e que o caminho traçado não pode ser mudado. A ouvir a voz afirmativa e cheia de empáfia da elite até a Lei da Gravitação Universal deve ser da alcunha de FHC e não de Isaac Newton. Não percebem que suas supostas doutas opiniões só servem para a manutenção de interesses mafiosos de clãs aos quais só interessa a desinformação.  E o melhor de tudo: se acha informada, inteligente e superior ao pobre porque consome a Santíssima Trindade da Informação e também se acha Cristã, porque vai aos cultos e missas dominicais, e é contra o aborto e os homossexuais. Sim, enfrentam a existência, querem aniquilar a realidade.
A Direitona, sempre paladina da moral e dos bons costumes, nos custou os mais caros assaltos à liberdade, ao livre pensamento, à vida e à dignidade humana. Onde ela pisa não cresce mato. Exemplos?  Posso encher uma página. Mas vamos com alguns que me vem de modo mais fácil à memória. A Igreja Católica, através da Opus Dei, apoiou a ditadura militar Chilena durante o Cristiano Governo de Pinochet, às mães da ditadura resta chorar por seus mortos insepulcros. A mesma Direitona Católica, cheia de benesses e Cristandade fechou os olhos para o holocausto. A Boa Sociedade Brasileira marchou em nome dos princípios da Cristandade e entregou o poder aos Generais Terroristas que estupravam, matavam, torturavam e rezavam. Sob a insígnia da cruz, Pissaro dizimou civilizações pré-colombianas inteiras e Catarina de Médicis ordenou e assitiu o massacre dos Protestantes na Noite de São Bartolomeu. Nem me atrevo a falar da Inquisição, basta imaginar as fogueiras queimando e os padres rezando, para mim melhor exemplo de cristandade não há. Essa mesma gentalha é a que hoje combate o Estado Social e seu triunfo sobre o Neoliberal no Brasil.
Essa gente nunca fez coisa que presta quando chegou ao poder e nunca fará. Nada enxerga, está à mercê e é manobrada por forças e interesses que desconhecem. E como são cheios de razão, como sabem tudo sem nunca terem lido nada que preste. Com o se informa mal e como não se lembram das lições dos livros de história e dos bons mestres que devem ter tido. Alguém aqui viu algum filósofo da monta de Marilena Chauí defender, por exemplo, a candidatura PSDBista? A Elite acha que faz parte do processo, mas é somente a via para que outros atinjam seus objetivos. GLOBO – VEJA e FOLHA que os abençoe.  Amargam arroxo salarial, desemprego, engolem um país medíocre, mas se orgulham de ter eleito um Honoris Causa e não um torneiro mecânico. O preconceito é sua marca, os dogmas de informação ou de fé, seus sustentáculos, e assim seguem pela vida: imbecilizadas e cheias de empáfia. Viva à TFP !!! Viva o Vaticano !!! Viva os Veteranos de Guerra !!! Viva os Generais de 64 !!! Abaixo aos Terroristas !!! Sim aos valores da família e aos preceitos da moral e da vida virtuosa em Cristo !!! Sempre, sempre vêm revestida dessa aura bem-costumeira.
Essa gente não é capaz de pegar uma Bíblia e tentar entender por si próprias, só deglutem aqui e ali versículos ruminados por algum “enviado” de Deus. Se elas lessem bem, se entendessem e absorvessem as palavras do próprio Cristo, com cuja cruz defendem atrocidades, veriam longos chifres ao espelho e sentiriam o odor de enxofre que espalham por onde passam.
Aos que não embarcaram nessa barca furada cabe apenas assistir o dantesco espetáculo da usurpação de mentes que se vê por todos os lados. Faz parte da vida. Depois de certo ponto os fatos do presente são apenas objetos de contemplação e análise. Nada mais. Não. A ignorância não é uma benção. É uma vida perdida e uma consciência roubada. Fico como o personagem no quadro de Goya: prefiro os pesadelos do sono da razão e quem sabe um dia terminar como Nietzsche, nascido póstumo e falecer louco, abraçado a um cavalo, mas nunca, jamais perder a dignidade de ter sido livre.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

TEXTO RESPOSTA DO LEONARDO BOFF

MAIS ABAIXO VOCÊS VERÃO, OU TALVEZ JÁ LERAM, A CARTA ABERTA QUE ESCREVI AO LEONARDO BOFF, UM DOS INTELECTUAIS DO PV - PARTIDO VERDE. ONTEM RECEBI PESSOALMENTE UM TEXTO QUE ME FOI ENVIADO EM PRIMEIRA MÃO. VEJAM AQUI O TEXTO QUE ESSE GRANDE INTELECTUAL ME ENVIOU E QUE JÁ ESTÁ DISPONÍVEL NA REDE PARTIR DE HOJE.

DESDE JÁ AGRADEÇO A ATENÇÃO DESTE GRANDE PENSADOR.

RESPOSTA E TEXTO ASSIM COMO RECEBI:
Estou enviando artigo para a semana entrante, entrando nos méritos da eleição presidencial.
Um abraço
Lboff

Dilma: garantir conquistas e consolidar avançosO Brasil já deixou de “estar deitado eternamente em berço esplêndido”. Nos últimos anos, particularmente sob a administração do Presidente Lula, conheceu transformações inéditas em nossa história. Elas se derivaram de um projeto político que decide colocar a nação acima do mercado, que concede centralidade ao social-popular, conseguindo integrar milhões e milhões de pessoas, antes condenadas à exclusão e a morrer antes do tempo. Apesar dos constrangimentos que teve que assumir da macroeconomia neoliberal, não se submeteu aos ditames vindos do FMI, do Banco Mundial e de outras instâncias que comandam o curso da globalização econômica. Abriu um caminho próprio, tão sustentável que enfrentou com sucesso a profunda crise econômico-financeira que dizimou as economias centrais e que devido à escassez crescente de bens e serviços naturais e ao aquecimento global está pondo em xeque a própria reprodução do sistema do capital.

O governo Lula realizou a revolução brasileira no sentido de Caio Prado Jr. no seu clássico A Revolução Brasileira (1966):”Transformações capazes de reestruturarem a vida de um pais de maneira consentânea com suas necessidades mais gerais e profundas, e as aspirações da grande massa de sua população…algo que leve a vida do país por um novo rumo". As transformações ocorreram, as necessidades mais gerais de comer, morar, trabalhar, estudar e ter luz e saúde foram, em grande parte, realizadas. Rasgou-se um novo rumo ao nosso pais, rumo que confere dignidade sempre negada às grandes maiorias. Lula nunca traiu sua promessa de erradicar a fome e de colocar o acento no social. Sua ação foi tão impactante que foi considerado uma das grandes lideranças mundiais.

Esse inestimável legado não pode ser posto em risco. Apesar dos erros e desvios ocorridos durante seu governo, que importa reconhecer, corrigir e punir, as transformações devem ser consolidadas e completadas. Esse é o significado maior da vitória da candidata Dilma que é portadora das qualidades necessárias para esse “fazimento”continuado do novo Brasil.

Para isso é importante derrotar o candidato da oposição José Serra. Ele representa outro projeto de Brasil que vem do passado, se reveste de belas palavras e de propostas ilusórias mas que fundamentalmente é neoliberal e não-popular e que se propõe privatizar e debilitar o Estado para permitir  atuação livre do capital privado nacional, articulado com o mundial.

Os ideólogos do PSDB que sustentam Serra consideram como  irreversível o processo de globalização pela via do mercado, apesar de estar em crise. Dizem, nele devemos nos  inserir, mesmo que seja de forma subalterna. Caso contrário, pensam eles, seremos condenados à irrelevância histórica. Isso aparece claramente quando Serra aborda a política externa. Explicitamente se alinha às potências centrais, imperialistas e militaristas que persistem no uso da violência para resolver os problemas mundiais, ridicularizando o intento do Presidente Lula  de fundar uma nova diplomacia baseada no dialogo e na negociação sincera na base do ganha-ganha.

 O destino do Brasil, dentro desta opção,  está mais pendente das megaforças que controlam o mercado mundial do que das decisões políticas  dos brasileiros. A autonomia do Brasil  com um projeto próprio de nação, que pode ajudar a humanidade, atribulada por tantos riscos, a encontrar um novo rumo salvador, está totalmente ausente em seu discurso.

Esse projeto neoliberal, triunfante nos 8 anos sob Fernando Henrique Cardoso, realizou feitos importantes, especialmente, na estabilização econômica. Mas fez políticas pobres para os pobre e ricas para os ricos.  As políticas sociais não passavam de migalhas. Os portadores do projeto neoliberal são setores ligados ao agronegócio de exportação, as elites econômico-financeiras, modernas no estilo de vida mas conservadores no pensamento, os representantes das multinacionais, sediadas em nosso pais e as forças políticas da modernização tecnológica sem transformações sociais.

Votar em Dilma é garantir as conquistas feitas em favor das grandes maiorias e consolidar um Estado, cuja Presidenta saberá cuidar do povo, pois é da essência do feminino cuidar e proteger a vida em todas as suas formas.

LEONARDO BOFF

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

MOVIMENTO ACORDA BRASIL
CADÊ A MÍDIA QUE NÃO FALA DO PAULO PRETO QUE TERIA DESVIADO MILHÕES DE OBRAS DO GOVERNO PAULISTA PARA A CAMPANHA DE SERRA ?
CADÊ A MÍDIA QUE NÃO FALOU DO TELEFONEMA DE SERRA PARA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA QUE O ELEITOR FOSSE CONFUNDIDO SOBRE QUAL DOCUMENTO LEVAR PARA VOTAR?
CADÊ A MÍDIA QUE CALOU DIANTE DO SIVAN, DA PASTA ROSA E DA COMPRA DE VOTOS DE FHC PARA A EMENDA DA REELEIÇÃO?
CADÊ A MÍDIA QUE NÃO CONTA QUE NO GOVERNO FHC DEVÍAMOS 74% DO NOSSO PIB?
CADÊ A MÍDIA QUE NÃO DENUNCIA AS LIGAÇÕES DA FAMÍLIA SERRA COM DANIEL DANTAS?
CADÊ A MÍDIA QUE NÃO MOSTRA A LIGAÇÃO DO DANIEL DANTAS COM O TUCANATO?
ESSA MÍDIA TEM PARTIDO E É GOLPISTA!
BRASILEIROS O GOLPE ESTÁ AÍ DE NOVO NA NOSSA CARA !!!
ONDE ESTÃO OS ESCÂNDALOS DO PSDB ?
PORQUE QUE EU RECEBO E-MAILS DO ESTADÃO SEM SEQUER MORAR EM SÃO PAULO OU ASSINAR O JORNAL ?????
LEMBRAM DO FILHO DO LULA E DO DEBATE DA GLOBO EM 89 ????????
PORQUE TROUXERAM O ABORTO E DEUS PARA AS ELEIÇÕES ? PORQUE SABEM QUE O BRASIL DIZ NÃO AO ENTREGUISMO, À FOME E A MISÉRIA DA POLÍTICA TUCANA !!! ELES NÃO PODEM DISCUTIR PROGRAMAS PORQUE SABEM QUE PERDEM !!!!
ESSA MÍDIA ELEGEU COLLOR, LEMBRAM ????????????????? AGORA QUEREM EMPLACAR UM SUJEITO BAIXO E INCAPAZ DE DISCUTIR UMA POLÍTICA DE PAÍS !!!
ELES SÓ GANHAM NA BAIXARIA, NA BOATARIA E NA CALÚNIA !!!
NÃO PODEMOS EMBARCAR DE NOVO NA BARCA QUE ELEGEU COLLOR.

O ESTADO SOCIAL DE DIREITO E O VERDADEIRO ABORTO



A poucos dias das eleições não conseguimos ter ainda um único debate decente aonde o que de fato interessa ao país fosse discutido: o próprio país. Absolutamente incapazes de derrubar os números expressivos do atual governo, o PSDB trouxe para as eleições temas espinhosos e que nada tem a ver com o pleito: a união civil entre pessoas de mesmo sexo e o aborto. Não custa repetir que um presidente não decide sobre essas questões e vale lembrar ao povo que aqueles que as discutirão já foram eleitos e comporão o Congresso Nacional ou estão à espera dessas supostas leis no Plenário do Supremo Tribunal Federal.
O que está em jogo é o tipo de país, a vocação política que queremos para a nossa nação nos próximos quatro anos. Não tenho pudores em dizer que a nossa eleição é sim plebiscitária o que temos que decidir é de fato se queremos continuar com o atual modelo que prioriza o Estado Social de Direito ou o antigo e derrotado modelo do neoliberalismo do Estado Mínimo tucano que nos massacrou por oito anos.
Cabe rapidamente uma reflexão sobre Estado Social de Direito. Nenhum país de primeiro mundo, notadamente os Europeus, partiu para um modelo puramente liberal e de capitalismo agressivo sem que antes suas populações conquistassem direitos básicos de sobrevivência e dignidade. Antes de se tornarem países fortes e se lançarem no liberalismo econômico, um Estado Social mais forte ainda lhes garantiu direitos que há pouquíssimo tempo começamos a conquistar por aqui. Em países como a França, por exemplo, tais direitos são tão sagrados que podemos ver que o governo francês encontra hoje séria resistência em aumentar dois anos na idade mínima para a aposentadoria naquele país. São países que hoje são ricos, mas que experimentaram fome, miséria, desrespeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, ou seja, já foram Brasis.
Segundo Dirley da Cunha Júnior “Os direitos fundamentais são aquelas posições jurídicas que credenciam o indivíduo a exigir do Estado uma postura ativa, no sentido de que este coloque à disposição daquele, prestações de natureza jurídica ou material, consideradas necessárias para implementar as condições fáticas que permitam o efetivo exercício das liberdades fundamentais e que possibilitam realizar a igualação de situações desiguais, proporcionando melhor condição de vida aos desprovidos de recursos materiais.” Ainda neste âmbito queria trazer ao conhecimento dos brasileiros uma parte de um texto muito importante chamado Constituição Federal, transcrevo aqui parte do Artigo Terceiro de nossa Lei Maior:
Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
          I – Construir uma sociedade livre, justa e solidária.
          II – Garantir o desenvolvimento nacional
          III – Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
Sem mais delongas vou ao cerne da questão: o projeto neoliberal que nos foi colocado goela abaixo por oito anos, que sucateou nossas universidades, massacrou nosso povo, privatizou e entregou nossas riquezas, nos fez devedores do capitalismo internacional e aumentou nossa dívida externa de 38 para 74% de nosso PIB em apenas oito anos foi INCONSTITUCIONAL. O Projeto entreguista e anti-povo do PSDB é inconstitucional e deveria sofrer vedação constitucional em seu nascedouro. Na ausência de tal mecanismo deve sofrer veto nas urnas. Ele feriu e pode continuar ferindo a nossa constituição e não podemos permitir esse assalto novamente.
Ao contrário do que muitos pensam, os projetos sociais do governo não são benesses que o estado oferta de bom grado aos pobres de nosso país, são acima de tudo um puro e simples cumprimento de nossa constituição. Pela primeira vez em nossa história essa página não foi saltada e a lei foi cumprida. Depois, ao PSDB, resta somente reclamar da popularidade do presidente e ruminar a própria incompetência. Para boa parte de nossa sociedade classista e preconceituosa deve ser um acinte ter que pagar salários mais altos, ver pessoas mais humildes freqüentando os mesmos shoppings ou comprando os mesmos celulares, mas é este o objetivo de nossa nação e é isto que prega a nossa constituição. Tornar-se um país rico e desenvolvido significa, entre outros, abrir mão de se ter empregadas, babás ou lavadores de carros. Significa deixar no passado o troncos e os chicotes da escravidão.
Não é de se estranhar que nossa elite golpista rechace esta idéia. Há de se lembrar também que coisa difícil de engolir para essa gente é que não quebramos, não viramos uma república socialista, não foram mudadas as cores da bandeira nacional enfim, os medos de Regina Duarte não foram concretizados. Medo, sempre o medo, entra eleição sai eleição, na mais absoluta ausência de um plano de governo altivo e decente, o PSDB tenta, de novo, a tática do medo. Só que agora a escuridão e a irresponsabilidade tucanas não tiveram pudores em canalizar o preconceito e o fundamentalismo religioso e tentar transformar essa chaga em capital eleitoral. Querem nos transformar no país do preconceito e da intolerância religiosa, coisa que não somos, coisa que não é a nossa vocação.
De forma alguma quero aqui isentar o atual governo dos eventuais tropeços, mas que governo não os tem? O que importa é o balanço e qualquer um é capaz de enxergar, com um mínimo de memória histórica e informação, que o nosso país tem mudado radicalmente para melhor. Precisamos sim ser pragmáticos em nosso julgamento. Precisamos julgar e decidir entre dois modelos de governo: um falido e enterrado e outro que tem dado bons frutos. Os resultados de uma política social sólida e pesada, que aumentou a classe média e tirou tantos da pobreza foi um dos sustentáculos que nos permitiu escapar da crise econômica mundial. Não há como negar que foram gerados quase 15 milhões de emprego enquanto o sistema neoliberal gerava pífios 5 milhões, amargamos taxas medonhas de desemprego e muitas pessoas e pequenas empresas quebraram. Hoje, aumentamos consideravelmente o PIB per capita e tivemos a maior ascensão social de nossa história. Me parece demente querer mudar, por enquanto, o rumo que as coisas tomaram.
Na França esta semana está circulando um especial do jornal LeMonde intitulado: Brésil, un géant s’impose – Brasil um gigante se impõe. Esse gigante não é Neoliberal, não é fruto do continuísmo, do entreguismo e do fracasso social de FHC e do PSDB, esse gigante é fruto sim de uma política que priorizou o Estado Social de Direito. Nosso país e nossas políticas são aplaudidos mundo afora por órgãos como a ONU e a UNICEF e pelos mais diversos países. Essa respeitabilidade e esta grandeza não foi o PSDB que nos proporcionou. O PSDB não tem uma política de Brasil e, na incapacidade completa de rebater os números e o sucesso de nossa política atual, chamou Deus e o Aborto para tentar ganhar as eleições na sujeira, na baixaria e na escuridão.
Precisamos levar a cabo a construção do Estado Social de Direito, precisamos enraizar a classe média emergente e ninguém percebe que é este o verdadeiro cerne do atual debate, ou pelo menos deveria ser, caso o PSDB deixasse Deus para as Igrejas, o Aborto para o Congresso e debatesse suas propostas de Brasil. O problema é que elas ou não existem ou são falidas. Não podemos deixar que os canais de mídia e os clãs golpistas que os controlam emperrarem o grande Brasil que estamos vendo nascer. O verdadeiro aborto em jogo nessas eleições é o aborto do Projeto de um Brasil Gigante e Solidário que começa dar os primeiros passos em direção a um futuro digno da grandeza, da alegria e da generosidade de seu povo.
Não voto somente em Dilma e no PT, voto em um projeto de Estado Social que tem funcionado muito bem para todos os brasileiros, pobres ou ricos. Voto em uma nação solidária e não quero ver meu país abortado no infértil berço do neoliberalismo tucano.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ABORTO E ELEIÇÕES 2010 - DA HIPROCRISIA AO OPORTUNISMO ELEITOREIRO


Não posso deixar de fazer esse trocadilho infame. Mas o grande, o verdadeiro aborto que deveria ser julgado se somos contra ou a favor é o aborto do Brasil Desenvolvimentista, da Geração de Empregos e da Justiça Social que as forças de extrema direita religiosas decidiram apoiar. Igreja é atraso e retrocesso científico e mental. A ouvir a Igreja, a Terra seria quadrada, se não mais na forma, o seria na mentalidade, a insulina recombinante obra do demônio e devolver os movimentos a paralíticos através das células troco, um pecado.  Caso a extrema direita raivosa e ressentida de suas tetas seculares ganhe força, abortaremos não um feto, mas um Brasil que é aplaudido mundo afora e eleogiado pelas grandes potências, através de seus presidentes e canais de mídia que não são mafiosos como os daqui. Nossos rumos no combate à pobreza e nossas políticas sociais e mesmo econômicas são motivo de aplausos para organizações como ONU e UNICEF. Trevosas, satânicas e medievais são as forças que apóiam a candidatura de José Serra. Acima a lista de pessoas que, segundo os novos sustentáculos medievais do PSDB, devem ir parar na cadeia. A fonte é absurdamente irônica, essas mulheres estão estampadas na primeira capa da paladina gopista número um, a VEJA. Dilma é contra o aborto, mas é sobretudo contra tratar essas mulheres como criminosas. Só isso que a massa religiosa enlouquecida parece não ter entendido. E aí ? Hebe Camargo, Cissa Guimarães, Elba Ramalho, Marília Gabriela, Ruth Escobar e tantas outras? Vão ficar caladas ou vão denunciar o oportunismo eleitoreiro e o anti-debate da Teocracia Puritana Tucana ? Vão preferir um daqueles uniformes listrados ou laranjados de nossos finíssimos presídios ? Vocês têm voz e neurônios, são exemplos de competência e inteligência, admiradas por todos nós homens e mulheres e representam a fina flor das mulheres desse país. Ajude-nos a salvar as eleições, ou pelo menos o debate democrático que foi para as cucuias, para que possamos discutir o que realmente importa: O PAÍS.

NÃO TEM MAIS ELEIÇÃO. ACABOU.

Não sobrou espaço para a democracia em nossas eleições. Pode parecer ingênuo e pueril, mas não acreditava mais que reviveríamos baixarias como a de 1989 que elegeu Collor. O PSDB deflagrou o vale-tudo eleitoral e a baixaria eleitoral que, segundo Ciro Gomes, é marca registrada e patenteada de José Serra em campanha. Só que atrás dessa onda, que presta um enorme desfavor aos intelectos frágeis de nosso povo, está o pelotão de frente da mídia mafiosa nacional. Os Cavaleiros do Apocalipse de VEJA – FOLHA – GLOBO, sempre de olho em seus interesses econômicos, passam feito um trator em cima do debate democrático.
Acho que os jornalistas de VEJA, por exemplo, precisam de umas aulas de português e interpretação de textos para entenderem que as duas frases que Dilma falou sobre o aborto querem dizer exatamente a mesma coisa: Ela é contra o aborto, mas também é contra a criminalização das mulheres que o cometeram.  Faremos o que? Evitaremos com políticas educacionais que a gravidez indesejada ocorra ou construiremos uns 2000 presídios femininos para prender essas mulheres desesperadas? Vamos mandar para a cadeia mulheres que recorreram ao aborto por desespero, medo dos pais, da família, ou por não terem condições de criar um filho? Trataremos com a jaula um problema que tem que ser tratado com a mudança de mentalidade, na vivência de uma sexualidade saudável e responsável? Faremos isso com nossas mulheres? Se fizermos isso perderemos muitas mães, tias avós, atrizes, cantoras e também milhares de desconhecidas que por medo ou desespero optaram por essa prática que acima de tudo é uma violência física e psicológica contra a própria mulher.
Que diabos isso tem a ver com eleição? O que se vê é um mar de boataria, inverdades, manipulação da opinião pública que ainda não percebeu que vamos eleger um presidente e não uma Rainha de Sabá ou um Aiatolá. Será que ninguém entendeu ainda que quem decide e decidirá sobre esta questão serão 1 – O CONGRESSO NACIONAL 2- O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ??? Ao presidente cabe sancionar o que for decidido mesmo sendo ele contra ou a favor. É muito oportunismo eleitoral e muita gente mal informada, inclusive, sobre como são feitas as leis em nosso país.
Temos direito ao pacote completo nessas eleições: aborto, extrema direita higiênica e anti-povo, Tradição Família e Propriedade, Extrema Direita Católica, Padres Irresponsáveis e Pastores Evangélicos, tudo isso no seio do preconceito, da visão anti-científica, anti-humanista, classista e absolutamente ANTI-CRISTÃ. É o mais pernicioso oportunismo político que poderia se pensar em construir. É de sair correndo mesmo.
O PSDB não ganha eleição nem para síndico de prédio se for para ser no mérito ou no debate franco, e eles sabem disso, por isso eles tentam ganhar a qualquer preço, no anti-debate, na boataria, na mentira, na baixaria, no lodo. Fogem da discussão de Brasil porque sabem que perdem feio. O problema é que padres católicos e pastores medievais descobriram o filão e apóiam a palhaçada. Se Serra vencer ele não terá nenhuma legitimidade para ser presidente. O que terá ganhado, o grande vencedor das eleições não será seu suposto projeto de Brasil, mas o MEDO. O MEDO será presidente. O mais absoluto e falso MEDO. O “Medo Regina Duarte” que temia que o Lula fosse quebrar o Brasil e mudar as cores da Bandeira Nacional. Tudo no PSDB é farsa, factóide, preconceito, anti-povo e manipulação pelo MEDO.
Temos a eleição mais obscura e mais suja de nossa história. Tudo foi invertido. Defender-se no Brasil do Aiatolá Serra virou agressão. Calúnia, difamação e mentira viraram virtudes. Saímos do debate democrático para o teocrático. É a perfeita assinatura da certidão de nascimento de Deus.
De fato Deus é brasileiro. Possui inclusive título de eleitor e documento com foto. Pode e vai votar.  É a favor da gravidez de mulheres estupradas e contra a união de pessoas que se amam. Deus vota esse ano. O Deus inquisidor, o vingativo o que tem nojo de gente pobre e odeia distribuição de renda e ascensão social. O Deus do PSDB e de suas forças anti-povo. O Deus do retrocesso social e do pensamento medieval.  Não o meu Deus, mas o de Serra o da TFP, da Opus Dei e dos extremistas religiosos. Não se trata mais de ganhar uma eleição. Trata-se de destruir a Teocracia nascente e a visão de um país de medo e ódio que o PSDB, como última arma, tenta inventar. Não somos um país de ódio. Não somos um povo intolerante. Somos admirados no mundo inteiro pela nossa alegria e boa convivência. Isso não pode ir por água abaixo por causa de uma eleição para presidente. Não podemos deixar que o PSBD esmague nossas mais belas virtudes por serem incapazes de ganhar na luta limpa e na arena do debate democrático.  Isso não pode ser roubado de nós para ser transformado em capital eleitoral. Não à Teocracia e ao Estado Religião, onde só perdura ódio e preconceito. Esse se tornou o grande NÃO dessas eleições.
NÃO SOMOS O PAÍS DO ÓDIO E DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA SOMOS UM ESTADO LAICO E ISSO NÃO PODE SER TIRADO DE NÓS.

domingo, 10 de outubro de 2010

O OVO DA SERPENTE, O BEBÊ DE ROSEMARY OU O BASILISCO QUE O PSDB NOS PREPARA.


Levados ao segundo turno não por mérito próprio, mas por uma onda verde criada e alardeada pela imprensa golpista, o PSDB deflagra um vale tudo de baixarias e anti-valores sem precedentes em nossa história. Incapazes de ganhar no mérito, a oposição ao atual governo foge do debate franco e direto e lança mão de uma perigosíssima arma para ganharem a eleição no tapetão: a re-invenção do Estado-Igreja. Pastores e Padres enlouquecidos ouviram o galo cantar e perceberam o grande filão que lhes devolverá um poderio há muito perdido: a religião e a política se encontram no Brasil do século XXI.
A união civil entre iguais e o aborto decidirão as eleições de 2010 sem que sequer discutamos os dois temas de forma democrática. Este debate entrará no campo das eleições sem ter entrado no verdadeiro campo aonde deve ser discutido: o do humanismo, dos entendimentos filosóficos e dos direitos civis e no âmbito da saúde pública e das liberdades individuais.
Pergunto-me: onde estão os intelectuais sérios e os canais de mídia livre que não se unem para anunciar que o ovo da serpente está bem aí diante dos nossos olhos? O PSDB congrega hoje a extrema direita e a elite financeira nacional através da religião, da ignorância, do preconceito de classe, da homofobia e principalmente da mais absoluta desinformação oriunda dos clãs que controlam a mídia e a mentalidade nacionais. Incapazes de ganhar uma eleição para síndico de prédio através do debate democrático, a tentam ganhar pescando as pessoas mais uma vez através do medo. Só que dessa vez a coisa é mais feia.
Para dominar pessoas e as imbecilizar basta fisgá-las através do medo. Basta envolvê-las numa atmosfera de pânico e insegurança, ainda que fictícia e, em seguida, lhes propor a saída, o salvador, o grande mentor e paladino da cristandade e dos bons costumes. A estratégia do PSDB além de maquiavélica é religiosa na essência. Usa os mesmos artífices que os religiosos usam para conclamar e manipular milhares de pessoas: manobrar os medos individuais confirmando-os através das imagens de massa. São maquiavélicos na essência e não se importam em criar uma chaga e uma peste mental no nosso país.
Será que não se percebeu ainda o perigo que corremos como sociedade? A união da extrema direita, numa mentalidade higiênica, em nome da moral e dos bons costumes, alardeando-se o “correto” e criando-se um mal a se combater personificado tem nome e sobrenome:  Nazi-Fascismo. Junto a isso, acrescenta-se o fator religioso e creio que inventaremos algo mais explosivo que a bomba H ou o Napalm.
Independentemente dos resultados das eleições o grande mal já foi gerado, o ovo da serpente já foi chocado. Há espaço sim em nossa sociedade para o mais absoluto retrocesso histórico-cultural e mental, e a marquetagem política não se importa nem um pouco em se apoderar dessas mentes intelectualmente frágeis e transformá-las em capital eleitoral. Seria muito menos nocivo e pernóstico comprá-las com cestas básicas.
Parece pueril e absolutamente ingênuo, mas para mim uma enorme ficha caiu hoje: não vivemos numa democracia. Temos espasmos democráticos. Não se pode chamar de democracia um país que vive à mercê de uma rede de mídia inescrupulosa e maquiavélica cujos interesses sobrepujam a própria evolução da mentalidade democrática nacional e individual. Onde estão os intelectuais do país? Onde está um canal de mídia com tom e voz para gritar aos quatro cantos o que está acontecendo? Será que não sobrou nada e ninguém? Será que a única coisa a ser feita será apagar a luz depois que o assalto moral e ético do PSDB se consumar, não com as eleições, mas com a já frágil mentalidade nacional? O PSDB quer privatizar as mentes de milhares de brasileiros com falsos valores e anti-debates. Mesmo que percam, terão obtido algum sucesso e isso é muito sério. Serra e o PSDB ganhando ou não já prestaram o primeiro desfavor à nossa nação: apoderaram-se de mentes, injetando os mais profundos anti-valores na nossa sociedade. O mais perigoso é que esses anti-valores vem revestidos de uma aura moral e bom-costumeira muito difícil de ser desconstruída em tão pouco tempo. Requer reflexão que não é fácil. O que tem por debaixo do PSDB de hoje cheira a Nazismo. E somos ainda obrigados a ouvir a propaganda da FOLHA acusando o atual presidente de guardar similaridades com Hitler !!! A propaganda está perfeita, o link é que está errado e poucos perceberam ou perceberão que a ponte certa leva ao PSDB.
Aos intelectuais influentes desse país: cantores, cantoras, filósofos, professores: vamos deixar isso acontecer assim bem debaixo de nossos olhos, imóveis? Deixaremos o ovo da serpente eclodir e dar à luz ao basilisco que a “pleonásmica” boa sociedade, moral, ética, pura, limpa, cheirosa e Cristã para nós choca? Ou lutaremos contra a quimera somente quando ela se instalar não somente em nosso país, mas na mentalidade do nosso povo que é nada menos que a dos nossos familiares, filhos, filhas, amigos, tios e parentes?

Noite escura essa que adentramos.
Thiago Castro Gomes

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

RELIGIÃO E ESTADO NO BRASIL DO SÉCULO XXI - QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO ?

CARTA ABERTA AO CARÍSSIMO TEÓLOGO LEONARDO BOFF
Acompanho tudo que você escreve e me sensibilizo muito com a causa que você tanto defende. Seu respeito, sua forma aguerrida, mas doce e suave de defender seus pontos de vista e sua coerência de idéias fazem de mim um grande fã seu. Inspiro-me muito em seu pensamento holístico e humanista.
Não pertenço a partido político nenhum, não sou afiliado, mas defendo com unhas e dentes a ascensão de classes que o governo atual foi capaz de fazer. Como diz o professor Celso Antonio Bandeira de Melo: trata-se do simples cumprimento do artigo terceiro de nossa Constituição que pela primeira vez decidiram não saltar.
Durante essas eleições fui obrigado a me entregar por completo a uma luta que preferia não ter travado. Não estou suportando o que está acontecendo nessas eleições no que toca a mídia, a elite golpista e o preconceito de classe que vejo abundar todos os dias na minha caixa de e-mail. Nunca vi tantos ataques ensandecidos a uma pessoa como tenho visto o que estão fazendo com a Dilma Roussef. Todos desprovidos de qualquer argumentação ou razoabilidade.
O motivo que me faz tentar estabelecer um contato com o senhor é que estou vendo uma coisa se desenhando no país que muito me apavora: um namoro entre Estado e Religião. Não tenho palavras para descrever o pânico que sinto ao ver a política nacional ter que ser decidida nos altares evangélicos e católicos e não nas urnas. Junto a tudo isso o que vejo por todos os lados é a mais absoluta desinformação e inversão de valores democráticos, republicanos e principalmente históricos. Tenho visto pessoas de 13-20 anos de idade chamar de bandidas as pessoas que lutaram contra a ditadura e que, por isso, foram autoritariamente presas e barbaramente torturadas. Eu li Brasil Nunca Mais aos 13 anos de idade, tive professores de história que me ensinaram a valorizar a democracia e a vida democrática. O que está acontecendo no nosso país hoje para mim é absolutamente indigesto. Em nome de interesses eleitorais a oposição, que também se originou na mesma luta, desconstrói a verdadeira história e injeta os mais absurdos anti-valores nos menos preparados e mais vulneráveis.
Precisamos levar a cabo a construção do Estado Social de Direito, precisamos enraizar a classe média emergente e ninguém percebe que é este o verdadeiro cerne do atual debate, que para mim está longe de ser democrático. Hoje a mídia brasileira esbarra na popularidade do presidente, quando não houver isso ela elegerá quem quiser. Isso nunca pode ser chamado de democracia, é uma Ditadura de Imprensa. Os clãs que controlam nossa mídia só pensam na manutenção de seu monopólio. Temem uma política mais ofensiva no que toca as concessões dos canais de mídia. Agridem as pessoas que possuem pensamento crítico e discernimento na medida em que desinformam os mais despreparados em nome de seus interesses comerciais e familiares. A força da mídia brasileira inteira, ou seus braços mais fortes, pendem absurdamente para a privataria do PSDB e, como se não bastasse, o discurso final me cai em cima de questões religiosas que deveriam estar a léguas do pleito. Está desenhado o circo: uma mídia golpista de um lado e uma massa religiosa acrítica do outro.
Bom, esta carta na verdade é um pedido desesperado para que o senhor escreva algo sobre o perigo desse namoro entre política e religião que está se desenhando no nosso país. Politizar a questão do aborto ou ainda a da união civil entre iguais e transformar isso em patrimônio eleitoral é engessar a discussão democrática dos temas e abrir mão do discurso democrático em nome de ditames religiosos. Não tenho dúvidas, por exemplo, de que os cultos religiosos matinais de domingo foram decisivos neste primeiro turno para que a Marina forçasse um segundo turno. Pode-se votar em Marina mesmo sendo ateu ou agnóstico, mas os setores religiosos jamais votariam em um ateu ou em um agnóstico ou mesmo em alguém que defenda a discussão democrática de temas como aborto e união civil entre iguais. Neste país se confunde conceitos básicos entre bem e mal (ateus, por exemplo, são considerados maus), confunde-se a união civil de homossexuais com união religiosa. Estou vendo todo tipo de despautério religioso ser utilizado como arma política por um PSDB irresponsável e que coloca em risco toda valoração de uma sociedade com falsos argumentos, inversão de valores e desinformação.
Há muito tempo venho observando como votam os religiosos, principalmente os evangélicos e é notório que não votam criticamente, votam em bando, conduzidos por pastores e padres. Nesta semana mesmo, em um canal católico, um padre acusava a Dilma de ser a favor do aborto e pedia votos para o candidato Serra chamando a Dilma Roussef de “Mal Maior” a ser evitado. Isso valeu inclusive uma intervenção e repreensão de tal prática, pela própria CNBB, através de uma nota oficial. O senhor diz que “urge derrotar as forças anti-povo”, eu digo “urge derrotar a intervenção da religião e de religiosos no curso da política nacional”. Para mim o maior cabo eleitoral de Serra e o possível algoz de Dilma são os cultos e missas dominicais que ocorrem logo antes das eleições. Em minha opinião, numa futura reforma eleitoral, deve-se proibir terminantemente reuniões religiosas no dia das eleições. Bem como espetáculos e agrupamentos de quaisquer naturezas. Nosso eleitorado é intelectualmente frágil e não pode ficar à mercê de tal prática.
Não gosto e há muito venho prevendo esse retorno ao pensamento medieval da incursão da religião na discussão política. Gostaria muito de ouvir o que você tem a falar sobre isso, pois não possuo a mesma maestria, erudição ou o conhecimento de causa que o senhor possui neste campo. Além do mais, minha tendência seria de radicalização do discurso, o que também não é uma coisa positiva. Me tornei a própria Regina Duarte de 2002 só que às avessas: Tenho Muito Medo. Muito medo de duas coisas: do retrocesso social e intelectual e do Voto de Minerva ter ido parar no púlpito das Igrejas Católicas e nas Arenas Evangélicas. Não vejo qual tipo de eleitorado poderia ser mais suscetível às manobras espúrias da Imprensa Golpista. Tenho dificuldade de digerir que o destino de meu país venha a ser decidido por essas forças. Estamos nas mãos dos intelectuais do PV. Só o PV pode evitar que adentremos por essa trilha medieval. Caso a manipulação de massas e o Golpe de Mídia funcionem, e Marina foi usada como parte desse Golpe, seus eleitores amargarão o fato de ter levado e entregado a decisão do segundo turno a uma turba enlouquecida, seguidora de pastores e padres tendenciosos, irresponsáveis e muitas vezes incultos, e o pior: destruirão o Estado Social de Direito que começamos a tirar das páginas da Constituição e trazer para o cotidiano dos brasileiros, notadamente para os que estiveram, há séculos, às margens de nossa sociedade historicamente injusta e veladamente separatista.

Em tempo: O que seria esse Partido Verde Brasileiro? Um partido plural ou uma quimera bizarra, esquisita e paradoxal (sim, faço um tetra-pleonasmo)? Uma mistura esquizofrênica de esquerda com direita, de socialistas e capitalistas, de empresariado eco-capitalista com ecologistas roxos, ateus e agnósticos com CristãoS fanáticos? Qual seria a grande confluência de idéias no seio do PV? Aliás, há confluência? Qual a grande ideologia que explicaria o porquê dessas pessoas estarem unidas em um partido? Não seria o comprometimento com o social a única confluência possível? Acho que precisaremos de fato aguardar mais duas semanas para ter tal resposta. Isso será de longe o fato mais interessante dessas eleições. Ainda bem que não votei, ainda, no PV, pois não saberia dizer no que verdadeiramente eu teria votado.

LEONARDO BOFF APÓIA ALIANÇA ENTRE DILMA E MARINA

(Retirado do Blog do Azenha: http://www.viomundo.com.br/)

Leonardo Boff, na Carta Maior :

O Brasil está ainda em construção. Somos inteiros mas não acabados. Nas bases e nas discussões políticas sempre se suscita a questão: que Brasil finalmente queremos?

É então que surgem os vários projetos políticos elaborados a partir de forças sociais com seus interesses econômicos e ideológicos com os quais pretendem moldar o Brasil.

Agora, no segundo turno das eleições presidenciais, tais projetos repontam com clareza. É importante o cidadão consciente dar-se conta do que está em jogo para além das palavras e promessas e se colocar criticamente a questão: qual dos projetos atende melhor às urgências das maiorias que sempre foram as “humilhadas e ofendidas” e consideradas “zeros econômicos” pelo pouco que produzem e consomem.

Essas maiorias conseguiram se organizar, criar sua consciência própria, elaborar o seu projeto de Brasil e digamos, sinceramente, chegaram a fazer de alguém de seu meio, Presidente do pais, Luiz Inácio Lula da Silva. Fou uma virada de magnitude histórica.

Há dois projetos em ação: um é o neoliberal ainda vigente no mundo e no Brasil apesar da derrota de suas principais teses na crise econômico-financeira de 2008. Esse nome visa dissimular aos olhos de todos, o caráter altamente depredador do processo de acumulação, concentrador de renda que tem como contrapartida o aumento vertiginoso das injustiças, da exclusão e da fome. Para facilitar a dominação do capital mundializado, procura-se enfraquecer o Estado, flexibilizar as legislações e privatizar os setores rentáveis dos bens públicos.

O Brasil sob o governo de Fernando Henrique Cardoso embarcou alegremente neste barco a ponto de no final de seu mandato quase afundar o Brasil. Para dar certo, ele postulou uma população menor do que aquela existente. Cresceu a multidão dos excluidos. Os pequenos ensaios de inclusão foram apenas ensaios para disfarçar as contradições inocultáveis.

Os portadores deste projeto são aqueles partidos ou coligações, encabeçados pelo PSDB que sempre estiveram no poder com seus fartos benesses. Este projeto prolonga a lógica do colonialismo, do neocolonialismo e do globocolonialismo pois sempre se atém aos ditames dos paises centrais.

José Serra, do PSDB, representa esse ideário. Por detrás dele estão o agrobusiness, o latifúndio tecnicamente moderno e ideologicamente retrógrado, parte da burguesia financeira e industrial. É o núcleo central do velho Brasil das elites que precisamos vencer pois elas sempre procuram abortar a chance de um Brasil moderno com uma democracia inclusiva.

O outro projeto é o da democracia social e popular do PT. Sua base social é o povo organizado e todos aqueles que pela vida afora se empenharam por um outro Brasil. Este projeto se constrói de baixo para cima e de dentro para fora. Que forjar uma nação autônoma, capaz de democratizar a cidadania, mobilizar a sociedade e o Estado para erradicar, a curto prazo, a fome e a pobreza, garantir um desenvolvimento social includente que diminua as desigualdades. Esse projeto quer um Brasil aberto ao diálogo com todos, visa a integração continental e pratica uma política externa autônoma, fundada no ganha-ganha e não na truculência do mais forte.

Ora, o governo Lula deu corpo a este projeto. Produziu uma inclusão social de mais de 30 milhões e uma diminuição do fosso entre ricos e pobres nunca assistido em nossa história. Representou em termos políticos uma revolução social de cunho popular pois deu novo rumo ao nosso destino. Essa virada deve ser mantida pois faz bem a todos, principalmente às grandes maiorias, pois lhes devolveu a dignidade negada.

Dilma Rousseff se propõe garantir e aprofundar a continuidade deste projeto que deu certo. Muito foi feito, mas muito falta ainda por fazer, pois a chaga social dura já há séculos e sangra.

É aquí que entra a missão de Marina Silva com seus cerca de vinte milhões de votos. Ela mostrou que há uma faceta significativa do eleitorado que quer enriquecer o projeto da democracia social e popular. Esta precisa assumir estrategicamente a questão da natureza, impedir sua devastação pelas monoculturas, ensaiar uma nova benevolência para com a Mãe Terra. Marina em sua campanha lançou esse programa. Seguramente se inclinará para o lado de onde veio, o PT, que ajudou a construir e agora a enriquecer. Cabe ao PT escutar esta voz que vem das ruas e com humildade saber abrir-se ao ambiental proposto por Marina Silva.

Sonhamos com uma democracia social, popular e ecológica que reconcilie ser humano e natureza para garantir um futuro comum feliz para nós e para a humanidade que nos olha cheia de esperança.

 Leonardo Boff é teólogo.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ALGUMAS RELEXÕES SOBRE AS ACUSAÇÕES DE XENOFOBIA CONTRA A FRANÇA

Não raro as medidas do governo Francês no que toca as liberdades religiosas e as medidas protencionistas da nação francesa contra a invasão estrangeira esbarram em discussões pelos direitos humanos e pela liberdade de expressão. Os exemplos que sempre vêm à baila são a proibição do véu islâmico e, agora, a questão dos ciganos romenos. Conheço a França razoavelmente bem e tenho um profundo respeito pela cultura francesa. Concordo que a linha entre o nacionalismo desenfreado e as ações que visam proteger uma cultura seja demasiado tênue. Sem a menor sombra de dúvidas esse tipo de ação pode levar, e a história nos mostra, a extremos e à ascensão da extrema direita. Um exemplo extremo disso foi Hitler e o Nazismo. Contudo é preciso compreender o contexto que fez o povo francês, através de seus representantes, tomar certas decisões polêmicas.
A França sempre foi um país de exílio. Recebeu e ainda recebe perseguidos políticos e exilados do mundo inteiro. Acho uma injustiça tremenda tachar a França de xenofobista. O que se assiste na França desde algum tempo é a invasão dos ciganos romenos e de pessoas vindas do mundo islâmico. Quanto aos ciganos posso apenas dar uma impressão pessoal. Na última vez que lá estive vi enormes acampamentos ciganos que tomavam as entradas das cidades. Sujavam tudo. Onde passavam deixavam um rastro de sujeira e destruição e ainda há a alegação da população de que eles estejam envolvidos com roubos e delinquência. Essa foi a minha impressão pessoal e também a impressão de boa parte da sociedade francesa. Talvez não concorde com as medidas, mas entendo muito o medo e a rejeição da população francesa a esta “invasão”. Mesmo no Brasil, ciganos não são bem vistos, nada conheço dessa cultura, nem de suas origens, mas devo confessar que minha imagem pessoal não é muito favorável. Pelo menos quanto aos que levantam acampamentos, sujam as cidades e amedrontam a população que tende a ficar na defensiva. Talvez nos falte compreensão histórica e integração.
Quanto ao véu islâmico, depois que seu uso foi proibido nas escolas francesas, muitas meninas têm dito que usavam o véu por imposição familiar e que após sua proibição conseguiram integrar-se com colegas de sala com quem jamais tinham tido proximidade: o véu separa, sua proibição integra. Vale lembrar que a proibição se extende a todo e qualquer tipo de símbolo religioso ostensivo, sejam eles judeus, cristãos ou mulçumanos. Para a pátria onde nasceu o feminismo, ver mulheres cobertas andando pelas ruas não é coisa fácil. Na maioria das vezes tudo que vem de imposição cultural, religiosa e familiar, o povo francês vai tender a repudiar. É da essência deles. É uma discussão muito difícil e ainda que opinando aqui e ali, prefiro refletir com contra-argumentos, pois o medo do extremismo também é real e legítimo. Não saberia como estabelecer limites. A única coisa que posso dizer é que querendo ou não, não gostaria de ver meu país invadido por uma etnia que por onde passa deixa um rastro de sujeira e destruição. Não gostaria tampouco de ver o Brasil invadido por uma etnia na qual as mulheres andassem cobertas pelas ruas. Não são nossos valores e isso nos agrediria exatamente como agride o povo francês.
Essas pessoas possuem nações que compactuam com seus princípios, o problema é que imigram para países ocidentais sem jamais se integrarem aos costumes dos mesmos. Isso me faz lembrar o Pacto Social de Rousseau, onde o indivíduo que vive numa determinada nação, para uma determinada nação decide imigrar ou numa determinada nação decide permanecer, com ela precisa estabelecer um contrato no qual ratifica os ideais e os costumes da sociedade escolhida. Caso não faça isso este indivíduo é considerado um estrangeiro entre os cidadãos. Isso não é preconceito, nem atentado à liberdade de expressão, é um imperativo social.
Em muitos países islâmicos as mulheres ocidentais são obrigadas a usar véus se quiserem visitar tais nações, sob pena de, do contrário, serem agredidas nas ruas. Se entendermos a proibição do véu islâmico como uma arbitrariedade e uma atitude xenofobista e preconceituosa temos que entender a obrigatoriedade de seu uso por mulheres ocidentais no mesmíssimo âmbito.
A França é um país orgulhoso de sua cultura e de sua língua. É talvez o país ocidental que mais influenciou filosoficamente o ocidente, através de seus sábios, de sua literatura, de movimentos como o Iluminismo e a Revolução Francesa. Contudo, a mesma França enveredou-se pelo imperialismo e junto com a Inglaterra partilhou a África. Juntas subjugaram nações mulçumanas e travaram na década de 60 sangrentas guerras de independência coloniais. Com a facilidade do conhecimento da língua, espalhada pelo imperialismo e a proximidade com a África, a França e outros países colonialistas do século XIX sofrem hoje com a imigração de pessoas vindas de suas ex-colônias. Há uma dívida histórica a ser paga e como dizia uma querida professora de história que tive (talvez plagiando algum pensador): “o chicote sempre volta no lombo de quem mandou dar”. No entanto, a discussão precisa ser colocada pelos dois lados em outro âmbito, longe das paixões e extremismos.
Se colocarmos na balança, a contribuição positiva da França para a cultura ocidental pesará muito mais do que o pragmatismo que levou este ou aquele governo a atitudes condenáveis. A suposta intolerância dos franceses à cultura mulçumana hoje, nada tem a ver com colonialismo em si. Tem muito mais a ver com duas visões de mundo distintas: uma ocidental e outra oriental. Não é por acaso que este choque hoje ocorre em solo francês. Não consigo vislumbrar outro país onde tal embate pudesse ser mais acirrado. O país que nos trouxe os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, ainda que se desvirtuando aqui e ali, não consegue aceitar com facilidade a existência de realezas, de extremistas religiosos, de ingerências contra a liberdade feminina ou de países onde o poder religioso e o Estado se confundam. Imagine quando esse país é invadido por valores retrógrados vindos de fora e que tantos franceses combateram?  Muitos foram os pensadores franceses que travaram uma verdadeira luta pela democracia, liberdade de expressão, direitos das mulheres e direitos humanos.
A França tem dificuldade de digerir que, em pleno século XXI e em seu solo, mulheres sejam obrigadas, por tradição, família ou maridos, a cobrirem seu corpo como se algo de vergonhoso devesse ser coberto. Aceitar que isso exista em uma nação estrangeira é uma coisa, aceitar que isso ocorra em seu próprio país é outra coisa muito diferente. Isso certamente é enfrentado pelos franceses como um retrocesso de conquistas sociais das quais historicamente foram paladinos. A postura da França para mim é resumida na frase de um grande francês, Voltaire, que dizia que às vezes era necessário "ser intolerante por amor à tolerância". Logo Voltaire que também nos deu máximas como: “não estou de acordo com o que você fala, mas lutarei até a morte para que tenha direito de dizê-lo” e que foi um grande pregador da tolerância.  A questão é complicada e os frutos das medidas que tanto movimentam a opinião pública francesa e a comunidade internacional só poderão ser positivos se, de um lado o povo francês souber distinguir a defesa de seus ideais humanistas da xenofobia e do outro os muçulmanos e ciganos entenderem que, caso decidam integrar uma nação, esta nação pode ter valores e ideais muito diferentes dos seus. Os dois lados têm muito a entender e muito a refletir e não tenho pudores em dizer que, historicamente, os franceses são mais dados à reflexão. Considerando-se isso a responsabilidade do povo francês é enorme, pois são os maiores responsáveis pela condução do debate e serão os maiores responsáveis pelas conseqüências das atuais medidas, sejam elas boas ou ruins.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

DO QUE A ELITE GOLPISTA BRASILEIRA TANTO SE RESSENTE.


Quem acompanha o processo eleitoral brasileiro nesse ano de 2010 talvez tenha se deparado com a grande ferida ainda aberta na “Boa” Sociedade Brasileira: a perda do poder da elite golpista nacional. O que assistimos dia após dia é o resultado do acuamento de uma elite que perdeu o poder que por tantos anos exerceu sobre o povo brasileiro. O histórico nacional nesse sentido e os golpes impetrados pela elite brasileira ao processo democrático foram inúmeros. Não saberia aqui remontar ao Império e analisar as prováveis ingerências da elite nacional na manutenção do poder naquela época. Contudo, é fácil lembrar de algumas frases de nossos professores de história, de alguns bons livros lidos e porque não recorrer à nossa própria memória histórica para enumerar algumas das vezes em que nossa democracia sofreu golpes, sejam eles de estado sejam eles de mídia.
“Façamos a revolução antes que o povo a faça”, célebre frase de um estadista brasileiro, que antevendo o rumo insustentável de um governo onde o povo não teria voz, lançou mão do populismo, dando ao povo conquistas sociais que mundo afora já tinham sido consolidadas e conquistadas. Getúlio viu isso muito bem. Do alto de sua engenhosidade política deu ao povo o que ao povo já pertencia, ainda que potencialmente. Deste modo, acalmou-se os ânimos, evitou-se a revolução e garantiu-se mais alguns anos de tranqüilidade no poder. Contudo, não podemos esquecer de que, ainda que controverso, Getúlio deu início a grandes transformações sociais, notadamente nos Direitos Trabalhistas e na criação de grandes estatais que hoje são fundamentais para o nosso país. Não é de se espantar que a elite golpista nacional já emitia rugidos ferozes diante desse tipo de política. A elite direitista nacional sempre andou de mãos dadas com os golpes e atentados à nossa democracia. Dando um salto na história e certamente deixando para trás outros episódios semelhantes, chegamos ao momento onde a estratégia do Golpe nos valeu páginas das mais tristes de nossa história. Bastou a potencialidade de um discurso social, de distribuição de renda e de reforma agrária para que a elite nacional desferisse seu golpe mais sangrento à democracia: o Golpe Militar de 1964. Golpe amplamente apoiado pela “boa” sociedade civil brasileira. Veio então o processo de redemocratização do país. Longo e demorado, oriundo do desgaste da própria ditadura e com os militares nos deixando um país quebrado, com uma dívida externa astronômica e o pior: muitos políticos oriundos dessa época que por muito tempo assombraram e outros ainda assombram o Congresso Nacional.
Nossas primeiras eleições diretas desde aquele Abril de 1964 foi resultado de outro golpe. Desta vez inaugura-se no país o Golpe de Mídia, cuja grande paladina é a rede Globo de Televisão. A elite mordida, acuada pela queda de um regime militar que lhe assegurou o status quo, temeu a voz do povo que vinha do ABC Paulista.
Contra o povo construiu-se uma falácia, a grande alternativa, o saudável, o simpático herdeiro das oligarquias nordestinas: Fernando Collor de Melo. Suas saudáveis corridas matinais eram veiculadas dia após dia pela Globo que sempre contrastava seu rosto liso, seu sorriso largo e seu porte elegante com o do barbudo, carrancudo, ignorante, extremista, radical, perigoso e iletrado metalúrgico do ABC Paulista. Sustentado pela elite, filho direto dela e moldado para mantê-la no poder, Collor foi eleito. Não demorou para que a verdade se escancarasse aos nossos olhos: uma mentira tinha sido colocada no poder. A mesma mão que o colocou no Planalto, ou seja, a Globo, de lá o arrancou, saindo deste modo incólume de um processo que envolveu entre outros, mansões, marajás, enriquecimento ilícito das elites, cujo estômago não tem fundo e até mesmo assassinatos nunca esclarecidos à população. A elite brasileira e seus paladinos têm as mãos sujas de sangue. Entretanto, continuou com armas poderosas que a manteria no poder por um bom tempo ainda.
Amargamos um período de grande melancolia, uma população empobrecida, uma inflação assustadora e um cenário onde a política nacional freqüentava mais páginas policias do que políticas. Eis que um sociólogo, cujo pensamento desmoronou com o tempo e que mais tarde mandou que se rasgasse seus livros, encabeçou o grande projeto nacional: o controle da inflação. Do sucesso deste projeto dependiam mais alguns anos da elite no poder. O controle da inflação, paliando o desespero popular, fornecia um forte argumento para que se elegesse, mais uma vez, um filho da elite: Fernando Henrique Cardoso. Seu nome e o sucesso ainda incipiente do controle inflacionário forneceriam mais alguns anos de argumentos para que se mantivesse a elite no poder. Elite que já batia nas portas dos 500 anos de hegemonia, 500 anos de uma política anti-povo, 500 anos em que a Casa Grande permanecia de pé, sustentada pela mão-de-obra vinda da Senzala, seja ela assalariada ou não. Aos 45 minutos do segundo tempo a elite dá mais um golpe: aprova uma emenda constitucional que lhe daria mais 4 anos de poder e que ensejava seu tão sonhado, mas em seguida frustrado projeto: permanecer por mais vinte anos no poder. Da conjuntura que se permitiu mais este golpe nada se apurou. Entretanto, sua concepção só foi possível através da compra de votos do Congresso Nacional e do esperado silêncio das cortes supremas do país. Foram mais 4 anos em que a Casa Grande imperou absoluta sobre a Senzala.
Rojões são ouvidos, data digna de bailes palacianos e imperiais. Feliz Aniversário. Em 2000, a nossa atual sofrida e ressentida elite golpista festejava 500 anos de hegemonia. Nada mal! Entretanto ela tropeça em si mesma. Aliás, tropeça em seu maior inimigo, o ego inflado de Fernando Henrique Cardoso. O então presidente despenca de popularidade, entra na espiral da rejeição, deixa transparecer aqui e ali o nojo que tem de seu povo, de seus pobres, de seus aposentados. O país sofre sua maior espoliação: o patrimônio nacional é vendido aos quatro ventos em privatizações espúrias que sangraram o patrimônio nacional na medida em que se vendia grandes empresas a preço de banana e sem o devido funcionamento das agencias reguladoras.  A arrogância e a prepotência do presidente seriam as principais armas (e talvez as únicas) que puderam, em seguida e de modo inesperado, levar a Senzala ao poder.
O desgaste é enorme, a insatisfação nacional fica difícil de abafar e A Esperança Vence o Medo. Mas a elite golpista nacional não cede fácil e tenta mais um golpe amparado pela sua mão mais pesada: a mídia. Suas duas armas mais poderosas são até hoje a GLOBO e a VEJA. Basta entrar nos arquivos da revista VEJA e ver as capas da época. Basta lembrar das frases da Global Regina Duarte: Eu Tenho Medo. A elite brasileira parece um bezerro que jamais desmama, um elefante gordo, pesado e envelhecido, mas que insiste em se arrastar nas tetas da mãe. Um parasita. À mando de seus interesses, a agonizante elite golpista foi capaz de tudo, inclusive colocar a estabilidade política e financeira do país em jogo. Permitiu-se o aumento da inflação e como o povo não se amedrontava mais, tentaram amedrontar o capital estrangeiro. O risco-Brasil atingia valores absurdos e um candidato ainda não eleito teve que ir à televisão dizer que não quebraria o país. E não quebrou.
Choro e ranger de dentes na Casa Grande. Festa na Senzala. Pobres e favelados nadando nos espelhos d’água do Congresso. E que não esqueçamos: uma elite intelectual séria e compromissada com um projeto social também festeja. Nem só de analfabetos, favelados e desdentados vive a democracia. A lista é longa, mas podemos citar Dom Hevaristo Arns, Marilena Chauí, Augusto Boal, Chico Buarque de Holanda, Leonardo Boff, Sebastião Salgado e também a festa no céu, puxada por nomes como Darcy Ribeiro, Gilberto Freire e Dom Helder Câmara. Foram necessários 500 anos para que a maioria da população percebesse que era maioria e que poderia eleger quem quisesse.
Lula passa pelo primeiro mandato com um congresso que só vota pagando, como que cobrando a dívida pela perda da teta secular. VEJA e GLOBO lideram o esquadrão de frente, mas esbarram no inesperado: na pujança econômica do país, na ascensão de classes, na respeitabilidade internacional de um governo, no apoio dos intelectuais e o pior: na popularidade de um presidente vindo da Senzala.
A elite em peso torceu contra, mas seu mau-olhado não podia ter efeito quando do outro lado se tinha a justiça social como escudo. De tudo fizeram e ainda fazem. Não dão valor aos programas sociais do governo, ainda que reconhecidos por órgãos como a ONU e a UNICEF. A elite golpista não é sequer arrogante ao desqualificar o que o resto do mundo ratifica, na maioria das vezes lhe falta erudição para tanto, ela está mais para perdida. Não contando mais com argumentos apocalípticos, sobra-lhe fazer uma oposição louca e pragmática. Sem conhecer como funcionam, qualifica os programas sociais de assistencialistas. Não sabem, por exemplo, que no programa nacional de habitação as pessoas pagam, na medida do possível, por suas casas. O que seria melhor? A ouvir a voz anacrônica da elite golpista nacional talvez a saída fosse continuar o processo de favelização de nossas cidades que é herança maldita dos 500 anos em que ela esteve no poder. Durante 500 anos nossa “boa” sociedade ignorou que a maioria da população agonizava às portas de suas mansões. No processo de desqualificação e desconstrução de um projeto de sucesso abre-se mão de todo o pudor e o pragmatismo rola solto. Com argumentos espúrios e falsetes transformam quem lutou pela democracia em criminoso e de quebra transformam as mãos sangrentas dos generais em heróicas obreiras da paz. A ouvir seus argumentos transformaríamos Nelson Mandela, Prêmio Nobel da Paz, em bandido e o Apartheid em justiça social. A elite tenta inverter os valores da democracia e injeta nos jovens, que não sabem ou não tiveram bons professores de história, os mais perigosos, desumanos e nocivos anti-valores.
Temos uma eleição plebiscitária. De um lado a velha elite golpista representada pelo PSDB e do outro lado o PT que trouxe sim uma alternativa de crescimento para o país e que soube aliar inclusive, os interesses da própria elite. Parte dela, percebeu isso. Muitos empresários se deram conta dessa nova realidade. Perceberam que com justiça social suas empresas podem mais. Espertos? Sem dúvida. Getúlios modernos antevendo o óbvio. Descobriram que não há mais espaço para trabalho escravo, desvalorização do ser humano e exploração. Crescerão de braços dados com essa nova realidade que é mundial e ajudarão o país a crescer. O contrário só se observa ainda em rincões do país onde o coronelismo re-moldado impera, onde se desvaloriza o ser humano, onde se explora a mão-de-obra barata e de onde provavelmente mais saem deputados e senadores de partidos como PSDB e DEM. Cidades longínquas onde a elite agonizante ainda resiste, mantendo-se agarrada nas tetas seculares.
A política do Estado Mínimo (que tem no PSDB defensores roxos) e os excessos do liberalismo levou o mundo à crise econômica que por pouco não fez ruir o que começamos a construir. No entanto sobrevivemos. Sim. Para o ódio dos que torcem contra. Graças aos programas sociais, ao aquecimento do mercado interno, à ascensão de classes e à tremenda competência dos ministros do atual governo. O último passo, a carta de alforria final só virá quando tivermos no país uma imprensa séria, a favor do crescimento, do desenvolvimento nacional, de um projeto de Brasil para todos os Brasileiros. Essa imprensa, todavia ainda não existe e continua a mando da elite ressentida. Basta abrir diariamente a imensa maioria dos jornais e revistas que circulam em Minas Gerais e no País ou assistir a TV Globo, para ver o espetáculo de parcialidade e o poder que essas elites anacrônicas e desesperadas ainda exercem sob a inculta opinião pública nacional.
A grande virtude de um novo governo será impor limites legais e constitucionais que poderão nos livrar de uma vez por todas do poder da mídia aloprada que age sempre a mando dos interesses mesquinhos e anti-povo de uma elite ensandecida. Nossa democracia não pode prescindir de uma imprensa série e isenta.
Chegou a hora de nos re-erguermos, de levantar a cabeça e ficarmos alertas, pois tão logo se aviltar a possibilidade, a elite golpista nacional, com suas mãos historicamente sujas e seu passado maquiavélico, tentará chegar ao poder novamente. Precisamos consolidar nossas vitórias no âmbito social, precisamos transformar o Brasil num país de classe média que não mais ficará à mercê dos interesses espúrios da elite ressentida.
Chega de Casa Grande! Inauguramos o ciclo da Senzala e precisamos mantê-lo para que o retrocesso social não volte a fornecer os escravos e as tetas de cuja falta tanto se ressente nossa falida elite golpista e em cuja origem repousam os troncos da escravidão.